Saiba mais sobre o Pompoarismo

22/02/2013 22:04

O pompoarismo, que consiste em exercícios de contração e relaxamento da musculatura vaginal visando a boa saúde íntima e sexual da mulher, embora seja uma técnica tão antiga, passada no Oriente de mãe para filha, só recentemente, nas últimas décadas, se tornou conhecido no Brasil. A maioria das pessoas que buscam aprender esta prática tântrica pensam mais no prazer sexual que ela proporciona ao casal, mas os benefícios vão muito mais além do orgasmo intenso. O fortalecimento da musculatura da região pélvica torna o corpo da mulher bem mais capaz de uma gravidez saudável, com parto mais fácil e recuperação pós-parto mais rápida. Além disso, previne várias doenças, como, por exemplo, incontinência urinária após a gestação.
Regina Racco é pioneira no ensinamento do pompoarismo e uma das principais responsáveis por torná-lo conhecido no país. Aos 14 anos, ela aprendeu os exercícios com a sua avó, que a explicou, na época, que o objetivo era preparar o corpo da menina para quando chegasse a hora de ter um filho. Anos depois, ela percebeu que as brasileiras não detinham esse conhecimento e resolveu ensiná-lo. Hoje, aos 60 anos, tem uma vasta experiência em cursos que ministra tanto para mulheres quanto para homens. No caso deles, os exercícios prolongam o tempo de ereção, e ajudam no controle da ejaculação.
Na entrevista a seguir, Regina conta como o pompoarismo rompeu com os tabus no Ocidente e passou a ser praticado pelos casais modernos.

Por que o pompoarismo demorou tanto para ser praticado no Ocidente?
Essa técnica é milenar, ótima para a saúde íntima e para a sexualidade, mas, quando chega ao Ocidente, encontra um ambiente despreparado. Nós, mulheres ocidentais, não temos o mesmo conhecimento das orientais em relação ao corpo. Parece brincadeira, mas é a pura verdade. Nós vivemos um desconhecimento tão grande em relação a isso que temos um amortecimento da região genital. Sou professora de ginástica íntima há mais de 30 anos, estudei bastante e continuo estudando, e percebi que a mulher ocidental tem grande dificuldade de entender o seu canal vaginal. No Oriente, as mães ensinam para as filhas. É um povo discreto, que não faz o alarde, e poucas coisas se percebem desse conhecimento lá. É claro, existem alguns lugares onde as mulheres fazem exibições com a vagina fortalecida, do tipo apagar velinhas, mas isso é minoria, porque a maioria que detém o conhecimento mantém a discrição. Já aqui, no Ocidente, a educação das meninas é diferente. Nós tratamos a menina como uma princesinha, cujas regiões do corpo são verdadeiros castelos que não podem ser tocados.

Então o certo é começar a técnica cedo, antes da vida sexual?
Com certeza, é o que eu penso. Mas eu, como professora e desenvolvedora da minha técnica, só admito nos meus cursos pessoas de maior idade. Muitas mães que passam por esses cursos dizem que, a partir do momento que sentirem que as filhas estão em condições de aprender, elas irão ensinar. Eu mesma aprendi pela minha avó, aos 14 anos. Ela me disse que, por meio dos exercícios, eu iria preparar meu corpo para quando eu fosse mãe, porque um dos grandes benefícios de ter a musculatura da região pélvica fortalecida é em relação ao parto.

Os exercícios precisam ser continuadamente, para sempre?
É uma ginástica, e a mulher deve fazer diariamente. Mas chega um momento em que o pompoarismo deixa de ser puramente ginástica e passa a ser um comportamento corporal. Nós, mulheres, nascemos com uma capacidade natural de movimento no canal vaginal, mas vamos perdendo ao longo dos anos por pura inconsciência vaginal, por não conhecer, principalmente. O treinamento restitui essa capacidade para manter a musculatura, e aí os movimentos serão automáticos. Por exemplo, quando andamos não precisamos pensar nos movimentos das pernas. Elas simplesmente andam. Nosso corpo é um milagre de Deus, um presente perfeito.

No Oriente, as mães ensinam as filhas pensando mais na saúde ou na sexualidade?
Hoje em dia, as orientais têm uma visão mais moderna sobre a saúde íntima. Mas, antigamente, a mãe oriental preparava a sua filha para ser excelente esposa. Ela pensava sim, mais na sexualidade dela, e nem pensava tanto na menina; imaginava que, quando ela se casasse, precisaria agradar o marido.

A mulher ainda continua mais preocupada em agradar o marido do que ele preocupado em agradá-la?
Nem todas as mulheres que me procuram, ou compram o curso, pensam somente nos maridos. Na realidade, elas pensam no próprio prazer e sabem que, se ele for intenso, o parceiro obviamente também sentirá isso. Antigamente não era bem assim. Eu já ministrei inúmeros cursos e passei essa técnica para muitas mulheres, que viviam mesmo em função de agradar o marido. Porém, o homem está se preparando cada dia mais para esta mulher moderna. Ofereço um método voltado a eles. O meu livro A conquista do prazer masculino já está na segunda edição e temos também o DVD. Quando o homem busca esse treinamento, ele quer agradar sua parceira. Ele sabe que, para ela sentir mais prazer, não pode ter ejaculação precoce. Com os treinos, ele deixa de ejacular espontaneamente e começa a ter maior controle, com orgasmos secos e a ejaculação somente quando desejar. Quando ele consegue controlar esse processo, ele se torna um amante fantástico.

Mulheres e homens que passam pelos cursos contam para os seus parceiros ou mantêm segredo?

Entre mulheres e homens que contam, a proporção é quase meio a meio. Ocorre que, muitas vezes, o homem é mais aberto para sua mulher, como se encontrasse nela uma terapeuta sexual. A mulher não. Ela se divide em duas categorias: aquela que quer o apoio do parceiro e a que deseja surpreender o parceiro. Muitas guardam segredo no início, mas só no início, porque logo ele começa a ver modificações fantásticas nesta mulher, que acaba contando o que anda fazendo. A partir daí, ele imediatamente corre atrás do prejuízo e procura treinar também. E não há coisa mais prazerosa para a vida conjugal do que um casal que treina, porque o sexo de qualidade é a base.

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